terça-feira, setembro 29, 2009

Poesia Bruta

O toldo geme quando o vento o açoita
Na casa a madeira se reclina abrupta
Enverga as tábuas, treme os seres e
Remói seu lixo na poesia bruta
A água escorre no limiar, parede
Trepida tanto, como esta puta
Que gritando tenta abafar seus
Raios, tempestade, de poesia bruta
E quando o tijolo desiste então vai
Deslizar com a terra insustentável, pergunta
Se irá morrer, já morreu, pois se respira
Afoga-se sob o manto fresco da poesia bruta
Alguém cale sua boca, a chuva chegou primeiro
Se ela gritar bem alto, engolirá seu folêgo e astuta
Perceberá que o ar é tijolo, madeira e cimento que
Misturado à terra, ao sangue, é poesia bruta

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