segunda-feira, novembro 23, 2009

Sobre um conto criacionista e como Paulo Coelho aparece nele

No paraíso terrestre figura a imbecilidade de um criador, ou – pensei nele agora como um gênio presunçoso – sua divina ironia? Um caos literário, descrito como a criação da humanidade – e me permita parabenizar o autor por conseguir pairar entre o nada e coisa nenhuma, quase uma improbabilidade metafísica (pois não vamos, aqui, excluir nem mesmo um espirito santo, não importa quão inexistente ele seja) – lá naquele livro de narrativas ambíguas chamado bíblia, por onde passei, certo dia, quando escolher entre ler Paulo Coelho e ir a catequese, não estava ao meu alcance.

Li O Alquimista, mais tarde, e o achei tão detentor de sabedoria, quanto aquela passagem do gênesis, que dizia que um senhor (que chamaremos a partir daqui de qualquer nome, menos de deus, para não confundir o leitor incauto, que pode pensar que estamos falando de Zeus, Alá, Thor, ou do cara de rastafári), resolveu, num dia ocioso, criar o homem. O homem. A mulher, pobre coadjuvante, aquela que até hoje sofre uma vida de cólicas e perturbações menstruais, apenas para dado momento ser praticamente rasgada ao meio para trazer-nos ao mundo, nasceu – não se assuste com a criatividade de quem compôs o texto – de uma costela do tal homem imagem-e-semelhança do escultor.

Além desse trecho, e de outros menos relevantes, dos quais não consegui escapar da leitura em voz alta – para a turma de catequizandos da irmã-de-alguém (não minha, decerto) Marisa – nem fingindo amigdalite, não tive a infeliz chance de ler totalmente a bíblia. Falta de tempo, e de cafeína para aplicação direto na veia. Se Paulo Coelho, Mr. Bestseller, fez-me roncar como um porco fastiado da lama, 'magina ela, a rainha das histórias mal contadas!

Mas o que me fez retomar o mais famoso conto criacionista, onde nosso planeta foi, no inicio, um paraíso indolor feito para Adão – o cara com uma costela a menos – e Eva – a coadjuvante – viverem sem pecado – lê-se, sem sexo – sem maldade e esquizofrênicos – ué, eles falavam com animais, não?! Então! - esperando por porcaria alguma e sendo nada mais peças do lindo zoo do criador, foi o despreparo do autor para arregimentar bons personagens numa boa história.

Cheguei a parte que me desconforta: o pecado era descrito como o mal. O mal que tudo vê, e de tudo sabe, e não é o olho de Sauron. Comer da maçã - e a maçã como analogia da fome de conhecimento, ou do mal, porque saber é feio, e vai matar você – seria permitir instalar dentro deles, o que havia de mais pernicioso em seus corpos; o desejo do homem pôr seu pênis na vagina da mulher, e esfregar até o esperma correr para encontrar o óvulo e fecundá-lo, e, bem, os dois gostarem disso.

Momento reflita você mesmo: Se o composer desejava (do fundo de seu coração divino), que suas criações não fizessem “merda” em seu paraíso, porque diabos deu-lhes o mecanismo para? E se o homem foi feito a imagem do escultor, isso significa que, aquele que pôs o homem no paraíso também tem o play, e SABE O QUE FAZER COM ELE, porque, lembremos, foi o próprio composer que criou a cobra - que estava lá de bobeira na macieira – que incentivou a única pessoa que, por mais coadjuvante que fosse nesse conto do Vigário, digo, da criação, foi quem fez a humanidade acontecer. Fala sério, sem ela não teríamos Paulo Coelho. Bem, isso não é realmente algo a se agradecer (óquei, ele não é o pior autor que já li, mas pelo menos é gente boa o suficiente para não me processar. Ponto pra ele).

Para desmistificar a lenda, existe a teoria evolucionista de Darwin, muito menos absurda e épica, mais realista. Ainda assim, para quem gosta do mito criacionista, quem, assim como eu, adora uma história de personagens esquizofrênicos e sexualmente travados, que se libertam das amarras de um pai sádico, e tomam suas vidas para si, ou talvez o possível conto sobre um criador para lá de insano, que fica do alto vendo a ingenuidade dos seres, esperando, ansioso, pelo próximo capitulo. Sim, ele pensa, uma hora a Eva vai sacar as coisas. Bem por isso dei o equipamento fundamental à ela. Pena que no gênesis, o autor não teve essa fabulosa ideia; do escultor criar a loucura antes de tudo, e preencher os espaços vazios com humanos; “e no inicio, era tudo novela mexicana”.

Uhu, nem Paulo Coelho pensou nessa!

2 comentários:

  1. Comoeutedisse, cara, você tem que parar de escrever bosta, e começar a escrever coisas mais serias, sacas...

    uhauuhuhuhaa
    Você nunca me ouve, inferno.
    Sério que este é o sério para você?
    Morri. De rir!

    Jac, tu não tem vergonha em parte nenhuma do corpo, mesmo.
    uhauhuhaa

    Continue assim, eu quero ser bulímica, mesmo.

    ResponderExcluir
  2. medopolissílabo!!!

    uma pergunta: quem é a péssima contadora de histórias? Irmã Marisa ou a Bíblia?

    ótemótemo

    baticasamiga o/\o

    ResponderExcluir