Enquanto gritava entre dentes
Resguardando a desforra
Lutava passo por passo o continuar de sua história
Era frio, ou era quente, era o fim claro sem rumo
Chovia pedras sangrando que rasgavam o solo infecundo
No limiar da tormenta, uma voz inumana esbravejava
No rotundo céu negro, a resposta trovejava
Tão complexo o ar não cabia entrar traquéia adentro
Os braços a bater sem compasso, choramingava em silêncio
Forcejando os calcanhares a encontrar qualquer porto
Deixou a esperança naufragar sem qualquer esforço
Aquele homem gritava para si, entre dentes
Amaldiçoando Deuses inexistentes
Cascas vazias que sabia, agora
Não teria céu, outra vida, para a desforra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário