sexta-feira, março 26, 2010

Culpa (o dedo)

o dedo caiu de tenso

tinha apostado na irmandade entre os seres
tinha simpatizado até com dissabores
feito-se de aviso contente
precedendo sortilégios e mentiras
por hora deitado
noutra acompanhado de meio-sorriso

um dia contornou um lábio, o dela
fornicou a aréola
fez enrijecer a extremidade do peito
e soube onde o coração batia
lembrou-se de todos os dias que dissera
- acerte-os
contra a parede que não caíra
do peito cheio que bloqueava o fuzil mirado
esperando ele por-se em riste

desprendeu-se, então, da mão, que ainda existe

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