Olho da janela a chuva caindo fina, lenta, gelada e... caio da janela descomposta em jazz. Descompassada, rasgando a voz. Eu só posso gritar.
Aturdindo a plateia, meneio a cabeça, um sorriso triste, rasgado, gelado e... aplaudo a queda e a adrenalina. Meneio a cabeça descomposta em jazz.
A lua, velha amiga azulada da noite passada, canto um último verso em sua graça. Estralando os dedos, caindo com a chuva, meneando a cabeça louca, louca, vertiginosamente descomposta em jazz.
É um adeus. Sempre é adeus. Todos os dias, um pouco mais, aqui, lá, na brevidade dessa vida, no compasso marcado do coração, no ritmo atroz, no som veloz, que corta, retalha, espicha e frangalha o corpo. O corpo que queda com a chuva. Fina, lenta e gelada... marcada e descomposta em jazz.
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